sexta-feira, 16 de abril de 2010

ATENÇÃO SENHORES CRIADORES do PSI

Como é do conhecimento de todos, no próximo dia 15 de agosto, por Regulamento, começa, efetivamente, a Temporada de Monta de 2010.
A GOLDBLEND CONSULTORIA do PSI, já vem elaborando o Planejamento Genético para Clientes que se interessem por seus Serviços, visando:

A – Conhecimento das Linhagens e “Bloodlines” de suas Matrizes, suas Afinidades Genéticas com as Linhagens e “Bloodlines” dos Reprodutores que irão participar dessa Temporada de Monta, a Qualidade da Produção de suas respectivas Famílias Maternas (até a 4ª Mãe), a Identidade das Linhagens e “Bloodlines” de suas “high line” e “middle line” e da Diagonal Decrescente do Segmento Materno, pontuada pela seqüência de seus Avôs Maternos.

B – Simulação dos Produtos Planejados para cada Matriz, com os Reprodutores que melhor se ajustem ao seu respectivo Genótipo (até 5 opções), refletida em pedigrees de 6ª Geração, levando-se em consideração, também, o Encaixe Físico dos Fenótipos da Matriz e do Reprodutor.

C – Serão utilizados e identificados os mais recentes Instrumentos de Apoio ao Planejamento Genético, como o “Rasmussen Factor” (RF), o “X Factor” (XF), o aproveitamento da Energia Mitocondrial, sempre que identificados nas Duplicações de Ancestrais nos Genótipos dos Produtos Planejados.

D – Descrição do Projeto de Criação para o Haras, abrangendo todas as Etapas integradas, desde a Preparação mais adequada da Matriz, a Concepção do Produto Planejado, a Qualidade do nível da Criação, o Desenvolvimento do Produto após o Desmame, o Pré–Condicionamento, a Doma e o Condicionamento do Produto até a sua Venda ou entrega ao Treinador, visando a sua estréia nas pistas de corrida.

E – Observações fundamentais pontuando cada uma das Etapas assinaladas no item anterior, que compõem o Planejamento Genético.


O Planejamento Genético COMPLETO envolve todos os itens acima apontados, enquanto o Planejamento Genético SIMPLES compreende, apenas, os itens B e C.

Seria interessante e oportuno que o Criador que tiver interesse na assessoria da GOLDBLEND COSULTORIA, venha manifestar seu interesse tão cedo quanto possível, para a elaboração do Planejamento Genético Básico, com uma Revisão gratuita, mais próxima do início da Temporada.

Para quem tiver interesse nos Serviços da GOLDBLEND CONSULTORIA , o contato poderá se feito através:

e.mail: omlimapsi@gmail.com

ou por telefone: (21) 2512-7876 ou 2540-5199 ou Celular (21) 8448-1610.

sábado, 10 de abril de 2010

O HIPÓLOGO

Segundo o Aurélio, Hipólogo é o especialista em Hipologia, que significa o estudo / pesquisa sobre o CAVALO.
Na conceituação cotidiana, mais prática e usual, quase funcionando como um neologismo convencional, sobretudo no Brasil, reflete o significado do “expert” em Cavalo de Corrida, o Puro Sangue Inglês (PSI), principalmente no que se refere aos aspectos do seu Fenótipo e Genótipo.
Na realidade, não há Cursos, sejam do nível técnico, quanto do universitário, que confira algum diploma ao conhecedor do CAVALO, e em particular, do Cavalo de Corrida, o Hipólogo, pois, antes de tudo, são pessoas autodidatas que, independentemente de sua formação profissional, se dedicam, à pesquisa para chegar ao conhecimento profundo deste magnífico animal, o PSI.
Esta é a razão primordial pela qual nenhum desses “experts” se auto intitula como HIPÒLOGO, quase sempre, sendo assim denominado por terceiros, que reconheçam nele, um “expert” do Cavalo de Corrida.
Como em toda Área de Conhecimento, podemos afirmar que há toda uma diferenciação no grau de conhecimento desses “experts”, sobre esta matéria tão discutida e polêmica mas, sempre presente, na intenção de obter o Puro Sangue Inglês (PSI) de qualidade superior.
Os campos através dos quais deve se estender o conhecimento do Hipólogo, são vastos e variados, concentrando-se, sobretudo, nos que convergem para a Seleção e Criação do PSI.
Neste particular, há dois Segmentos que se constituem nos pilares do conhecimento do Hipólogo, ou seja, o FENÓTIPO e o GENÓTIPO.
O notável Hipólogo da metade do século 20, Sir Charles Leicester, autor do livro “Bloodstock Breeding”, até hoje, considerado como a “Bíblia” da Criação do PSI, afirmava que a “Genética é uma ciência inexata”, com o que todos concordamos, entretanto, eu acrescento que, sobretudo no que se refere à Criação do PSI, também é expressivamente tendenciosa pois, caso contrário, não haveria razão para que pessoas se dedicassem ao seu estudo e pesquisa, assim como, não faria sentido a existência de tantas Teorias sobre a sua Criação, no cenário internacional, algumas das quais com resultados positivos e insofismáveis, ao longo da evolução do PSI.
Na realidade o PSI resulta, em seus termos básicos, da combinação de inúmeros fatores que convergem para os dois conceitos acima citados:
1 – FENÓTIPO, que reflete a conformação e estrutura física do PSI ou, em outras palavras, simplesmente o que pode ser visualizado;
2 – GENÓTIPO, que reflete seu Código Genético, ou o conjunto de Linhagens, Alinhamentos, “bloodlines”, que estão evidenciados no pedigree de um Produto que está sendo focalizado.
Usualmente, os pedigrees de 5ª e de 6ª geração são mais adotados pelos estudiosos e pesquisadores.
No que concerne ao Fenótipo, o Hipólogo deve procurar alcançar o equilíbrio do perfil físico do Produto, selecionando Reprodutor e Matriz que se complementem e se encaixem, fisicamente, de tal forma que, em última análise, mutuamente, cada um compense o outro em suas eventuais deficiências de conformação física.
Neste caso, o Hipólogo deve ter o “feeling” de um Arquiteto, sublimando o equilíbrio das formas e reflexos da estética.
Ainda assim, e apesar de uma seleção adequada, não é garantido que o Produto resultante evidencie, exatamente, o que foi planejado e imaginado, no que se refere à sua expressão física, mas a probabilidade de êxito nessa projeção é significativa, resultando num Produto que venha a apresentar, em diferentes níveis de aproximação, o Fenótipo básico que foi planejado.
Uma das razões que contribuem para que o resultado, nem sempre, ocorra dentro dos parâmetros desejados, encontra-se na manifestação de gens recessivos de ancestrais do Reprodutor e/ou da Matriz, influenciando alguns detalhes da conformação física, impossíveis de serem previstos, pois não se pode saber, com precisão, quando serão evidenciados, ou seja, quando irão se manifestar na composição dos cromossomos que irão formatar o Produto em processo de gestação.
No que concerne ao Genótipo, a situação torna-se bem mais complexa do que no Fenótipo, pois há que se dosar, equilibrar e ressaltar as diversas Linhagens, Alinhamentos / “bloodlines” que irão compor o Código Genético do Produto idealizado, analisando suas características genéticas, objetivando o adequado entroncamento genético do seu “blending” (mistura), utilizando-se as diversas Teorias e Metodologias disponíveis, ou seguindo suas próprias convicções.
Exatamente como foi visto no Fenótipo, por mais perfeita que seja a análise e o estudo do Planejamento Genético, não há uma garantia plena de que o resultado venha a refletir, exatamente, o que foi desejado e proposto, tendo como razão básica a mesma recessividade de seus ancestrais, assinalada por ocasião do enfoque no Fenótipo.
Da mesma forma, e com uma freqüência mais acentuada, a realização de um estudo prévio, bem planejado e criteriosamente executado, pode proporcionar, com uma freqüência aceitável, um nível expressivo de resultados bem próximos ao esperado, em função da tendenciosidade apresentada pela Genética, conforme coloquei anteriormente.
A continuidade do apuro seletivo das “bloodlines”, com absoluta certeza, desde que levado a efeito com propriedade e conhecimento de causa, aumentará, substancialmente, a probabilidade de se conseguir o “racehorse” sonhado pelos Criadores e Proprietários.
Para ter conhecimento de causa, o Hipólogo, necessariamente, precisa conhecer as raízes do Puro Sangue Inglês, conseqüentemente, sua História, e toda a sua evolução, nestes quase 300 anos de existência.
No turfe e, sobretudo, no aspecto que se refere à Criação do PSI, se o passado não for estudado, analisado e intensamente pesquisado, o conhecimento do presente ficará seriamente prejudicado e o planejamento do futuro será inteiramente aleatório, casuístico e incerto.
Para ilustrar este aspecto histórico da evolução do PSI, deve-se assinalar que, no século 20, por trás de grandes e famosos Criadores, encontrava-se a presença do Hipólogo, orientando suas aquisições e formulando seu Planejamento Genético, para a formatação de seus respectivos “bloodstocks”.
Nos casos em que não a participação de um Hipólogo contratado, o próprio Criador, algumas vezes, reunindo expressivo conhecimento sobre o assunto, se investia dessa função, situação esta refletida na figura ímpar de Federico Tesio, o mais importante Criador do Puro Sangue Inglês no século 20.
O 17º Earl of Derby teve apoio decisivo de Hipólogos como George Lambton, Walter Alston e Elisabeth Coutourié, resultando num dos mais importantes e influentes “bloodstocks” da Criação do PSI no século 20, tendo criado animais de exceção como PHALARIS, CHAUCER, BLANDFORD, HYPERION, entre muitos outros, de enorme importância para a evolução do PSI.
O fenomenal Criador francês, Marcel Boussac, conhecido como o “Rei do Inbreeding”, teve apoio decisivo na participação de René Romanet (defensor do inbreeding), apoiando-se, também, no confronto com as convicções de Rhys Llewellyn (defensor do “international outcross”), aos quais se somaram os conhecimentos do próprio Boussac.
Criou elementos fundamentais para a evolução do PSI, com destaque para TOURBILLON, DJEBEL, PHARIS II, entre vários outros.
Outro Criador essencial para a evolução do PSI no século 20, foi Aga Khan, que contou com o apoio decisivo de Hipólogos como Lord Wavertree, Colonel Vuiller, George Lambton, Sir Henry Greer, Cel. Peacocke, Nesbit Waddington e Cyril Hall, Criação que, até hoje, vem apresentando animais de exceção, em corrida e na reprodução.
Dentre suas obras primas, encontramos MUMTAZ MAHAL (apenas como proprietário, égua base de sua Criação), BLENHEIM, BAHRAM, MAHMOUD, NASRULLAH, PALESTINE, TULYAR, GALLANT MAN, KHALED, entre muitos outros que fizeram história no Turfe e/ou na Criação Internacional.
O grande Criador norte americano, Bull Hancock, foi um fiel seguidor do “international outcross” de Rhys Llewellyn, tendo herdado conhecimentos de seu Avô, Capt. Richard Hancock, um “Master of Pedigrees”, além de ter sido fortemente influenciado pelo famoso trabalho de Bobinski, “Family Tables of Racehorses”, acabando por se tornar um autêntico Hipólogo.
Bull Hancock, simplesmente, era o proprietário da Claiborne Farm, o principal centro criatório do PSI nos USA, sendo responsável, ente muitos outros, por ROUND TABLE, BOLD RULER e NASHUA.
Entre os importantes Criadores que eram reconhecidos como autênticos Hipólogos, encontramos o já citado Federico Tesio, responsável por NEARCO e RIBOT, Jack e Jim Joel e Tim Rogers, todos com contribuição decisiva para a notável evolução do PSI no século 20.
Além desses Hipólogos que participaram, decisivamente, dos mais famosos e importantes Haras do século 20, podemos citar Franco Varola, autor do livro “Typology of the Racehorse”, expondo uma Metodologia/Teoria sobre Dosagem, dividindo Chefes de Raça por Grupos Aptitudinais, com repercussão internacional; Bruce Lowe, que estabeleceu 50 Famílias traçadas, geneticamente, de 50 Matrizes originais, registradas pelo General Stud Book; além de Herman Goos, com trabalho similar ao de Lowe.
Mais recentemente, podemos citar Hipólogos como John Aiscan (falecido), Ken McLean, Steve Roman, entre alguns outros, que vêm prestando sua colaboração em prol da evolução do PSI.
No Brasil, embora existam Hipólogos com fundamentos consistentes, raros foram os que tiveram a oportunidade de desenvolver trabalhos consistentes e mais raros, ainda, aqueles que receberam alguma compensação financeira pelos serviços, eventualmente, prestados.
Conheci e conheço poucos Hipólogos no Brasil, mas os que tive a oportunidade de conversar, em meu julgamento, são profundos conhecedores do assunto e, para não cometer injustiças por omissão involuntária, citarei apenas o meu grande incentivador que, lastimavelmente, já nos deixou, o Mestre Atualpa Soares.
As razões deste descrédito no trabalho do Hipólogo no Brasil, são muitas e, a maioria encontra-se no Artigo que escrevi para o Jornal do Turfe, publicado como um encarte de Caderno de Economia, sob o título, “Turfe – A Atividade Econômica”.
O principal problema a ser vencido ou contornado, é a autêntica “barreira cultural” que ainda predomina na atitude da grande maioria dos Criadores brasileiros, que encaram a Criação do PSI como um “hobby”, ou como compromisso de tradição familiar, e não como “business”, como uma Atividade Econômica auto sustentável, apesar de não ter, ainda, um Mercado interno compatível, capaz de conferir ao Produto, o seu real valor.
O Produto brasileiro, no Mercado internacional, progressivamente, está obtendo um bom valor agregado e boa liquidez, com a perspectiva, a curto prazo, de se firmar como um efetivo Produto de exportação, graças ao desempenho de alguns deles no exterior.
Torna-se de fundamental importância, entretanto, que a Criação brasileira promova continuada melhoria em seu padrão de qualidade, o que só será possível com o apoio de quem conheça o assunto, ou seja, de Hipólogos com H maiúsculo.
Acredito, com firmeza que, em breve, o PSI brasileiro possa ter o seu real valor reconhecido no Mercado internacional, em visível posição de Demanda, a ponto de vir a ocupar um digno lugar na pauta das exportações brasileiras, apesar de não contar com qualquer apoio do Governo, neste sentido.
Para tanto, é preciso que haja investimento, que a Criação do PSI seja encarada pelos Criadores como uma autêntica e viável Atividade Econômica, que se encontre o equilíbrio entre a Quantidade e a Qualidade, entre a Oferta e a Procura, a Lei maior do Mercado.
O primeiro passo para a consecução dessa nova atitude por parte do Criador brasileiro, é derrubar a já citada “barreira cultural”, que mantém acorrentado o progresso da Criação nacional.
Com o tempo e, sempre com real esperança na recuperação do Turfe no Brasil, saindo do marasmo em que se encontra, abrindo-se a perspectiva de poder alimentar o Mercado externo e o interno do PSI, teremos um Produto de qualidade, com efetivo e compensador valor para a sua comercialização, promovendo a desejada redenção econômico-financeira de nossos Haras.
É preciso estar atento à demanda de novos Mercados que se abrem na Europa (Espanha, Escandinávia), na Ásia (Hong Kong, China Continental, entre outros) e na Oceania (Austrália e Nova Zelândia).
Não precisamos ir muito longe para visualizar esta situação concreta em países vizinhos, como o Chile e a Argentina, cuja atividade criatória do PSI encontra-se em pleno desenvolvimento, com excelente retorno para os seus Criadores, em todos os sentidos.
Para que esse progresso possa ser alcançado, de forma consistente e sustentável, a participação do Hipólogo é imprescindível e fundamental.