quarta-feira, 31 de março de 2010

O DILEMA DO CRIADOR

Com a recente vitória de GLORIA DE CAMPEÃO, considero uma boa oportunidade para voltar a um Tema de fundamental importância para o Criador do PSI.
GLORIA DE CAMPEÃO é filho de IMPRESSION, Reprodutor argentino que, certamente, até seu filho se revelar um PSI de alto padrão nas pistas internacionais, não teve o patrocínio proporcional, para exibir seu potencial como Reprodutor.
Quanto à sua Mãe, apesar de ser filha do excepcional Reprodutor brasileiro, CLACKSON, teve uma campanha nas pistas resumida a uma única apresentação, sem sucesso, no Tarumã.
Como Matriz, entretanto, vem revelando um excelente padrão de qualidade, ao gerar ALUCARD (por PATIO DE NARANJOS), vencedor do GP Paraná, primeiro Produto, sendo GLORIA DE CAMPEÃO (por IMPRESSION) seu segundo Produto.
Com estes resultados, quero ressaltar, como sinalizei em recente série de Artigos do RAIA LEVE que, nem sempre, os Produtos de ponta de uma Geração, necessariamente, resultam de Reprodutores considerados de ponta e, muito menos, de Matrizes que tenham primado por suas apresentações nas pistas de corrida.
Para ilustrar esta peculiaridade, muito comum entre as Matrizes, assinalamos que a francesa LA TROIENNE, uma das mais conceituadas Matrizes do século 20, na Criação norte americana, em 7 saídas nas pistas, não chegou a vencer.
Surge, então, uma questão básica para Criador!
Criar para VENDER seus Produtos ou Criar para CORRER seus Produtos!!!
Se opção for pela venda dos Produtos, o Criador deverá se submeter aos aspectos COMERCIAIS, prevalecendo os Reprodutores que possuem maior apelo comercial, apoiados por uma excelente campanha nas pistas de corrida e por um expressivo esquema de “marketing”, usualmente, utilizados sem o indispensável Planejamento Genético, mas que, pela grande quantidade e melhor qualidade das Matrizes, acabam, pela lei das probabilidades estatísticas, revelando algum Produto com bom desempenho nas pistas.
No caso das Matrizes, o apelo comercial está sintonizado com o nível da qualidade refletida no seu desempenho e campanha nas pistas de corrida, no nível de qualidade da produção de suas Mães, usualmente as três primeiras, e a sua própria produção, quando for possível (Produtos em fase de corrida).
O que ocorre, com relativa freqüência, é que as coberturas realizadas no âmbito exclusivamente comercial, sem o indispensável Planejamento Genético, são ditadas pelo apelo comercial dos nomes do Reprodutor e da Matriz, ou mesmo, de seus parentes próximos, quando realizaram boas campanhas nas pistas.
O resultado desta metodologia de Criação, embora apresentem melhor probabilidade de boas vendas, muitas vezes, não resultam no necessário encaixe genético e físico entre os Genótipos e Fenótipos do Reprodutor e da Matriz, resultando em Produtos com fraco desempenho nas pistas de corrida.
Já o Criador que tenha por objetivo primordial criar Produtos para defender suas cores nas pistas de corrida, em primeiro lugar, deve partir para a formação de um Plantel de Matrizes, selecionadas por sua potencialidade genética e equilíbrio de seu perfil físico.
Em segundo lugar, deve adotar o Planejamento Genético como instrumento fundamental, para selecionar os Reprodutores que melhor se ajustem e proporcionem o melhor encaixe genético (Genótipo) e físico (Fenótipo) com a Matriz em foco, sem deixar se influenciar por nomes, aumentando a probabilidade de obter bons resultados de seus Produtos nas pistas de corrida.
Qualquer que seja a metodologia adotada, o Criador sempre deverá contar com a SORTE, cuja influência será menor, quanto melhor elaborado for o Planejamento Genético.
GLORIA DE CAMPEÃO é um exemplo efetivo de um Planejamento Genético criteriosamente elaborado, partindo de Reprodutor e Matriz, originalmente, sem maiores apelos comerciais.
Desta forma, o Criador do PSI deve decidir a metodologia que irá adotar, de acordo com seus objetivos, pois torna-se muito difícil e complexa a tentativa de adotar ambas as metodologias, sobretudo para Haras de pequeno e médio porte.

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